Wednesday, January 26, 2005

Infinito

Queima, em verdade, o Tempo que não passa,
Calmo, sereno, olhando em meu olhar.
Olhos de luto, mãos de trabalhar,
Imagem pura de pura desgraça.

Arde seu olhar, poderoso e irado...
Avança contra mim, de mãos abertas.
Digo: “Quem és, que meus medos despertas?”
Nada responde... Olha-me, calado.

Fixa os olhos ardentes no meu medo.
Abre-me a visão a todo o futuro.
Mostra-me o seu derradeiro segredo.

E, então, entendo que ele me falava!
Toda a palavra daquele olhar escuro
Dizia: “Espera! Todo o tempo acaba!”

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