Wednesday, January 26, 2005

Sétimo Selo

Quantas almas são caídas pelo profundo de amar!
Quantas vidas despedidas, sem vontade de lutar!
Quantas mortes se sucedem pelo medo do fracasso!
Quantos que clemência pedem, mas sentem da morte o laço!

Primeiro virá o medo, depois, a condenação.
Cada passo é um segredo de pureza e ilusão.
Tanto tempo que se espera e nada surge de nós.
O silêncio desespera, mas não se ouve qualquer voz.

Fecha-se a porta da vida, por sete vezes selada.
Cai uma noite perdida, e apenas resta o Nada.
Sete tempos, sete nomes, sete pecados mortais!
Sai, anjo que te consomes, e não voltes nunca mais!

Para além daquela porta, mora a morte prometida.
Reina o medo, uma alma morta, o cair lento da vida.
Morrem deuses, anjos, seres de toda a humanidade.
Fica um grito sem quereres: maldição, mortalidade!

Sai pelo fundo da porta aquele líquido infernal...
Jorra o sangue vão que exorta aquele crime intemporal.
Tantas mortes se passaram num recinto não sagrado!
Caíram... já se acabaram os gritos desse passado!

Oh, condenados da vida! Que fizestes? Respondei!
Responde uma voz perdida: " Que queres que diga? Não sei!"
Foram todos condenados, sem o motivo saber.
Foram vistos como errados, porque souberam viver!

Oh, sonhos vãos destroçados! Quem foi que vos fez morrer?

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