Friday, February 02, 2007

Infiel

27/09/2006 – Também sofri com as tuas palavras...

Para ver quem tu verdadeiramente eras,
Foi preciso que eu voltasse a cair.

Foi preciso que, nos espasmos dolorosos da vida,
Gritasse o teu nome, uma, outra e outra vez,
Implorando o teu apoio e a tua ajuda,
E que, enojada, te recusasses a aproximar de mim...
Foi preciso
Escutar as tuas acusações injustas
De que caí apenas porque quis
E de que não me volto a erguer
Porque me é agradável a dor insuportável que sinto.
Foi preciso ver nos teus olhos
O desprezo e a repugnância que sentes
Para entender que estava errada a teu respeito.

Porque eu acreditei em ti...Mas tu não valias nada.

Saberás tu, porventura,
O que é morrer por dentro na aurora da vida?
Será que sabes
A dor que se sente por dentro
Ao ver tudo aquilo que alguma vez teve significado
Ser reduzido a cinzas, pó e nada?
Saberás tu como queima por dentro
Ser-se traído, recusado e abandonado
Por aqueles que se fingiam amigos?

Não sabes, pois não?
Então, responde-me, agora:
Sou eu que quero ser assim?
Achas que gosto de estar assim?

Abri-te a minha alma, cegamente,
E, contudo, quando estava já ferida,
Acabaste de a matar...

Mas lembra-te de uma coisa...
Do vazio eterno de onde a minha alma te observa,
Enquanto eu me arrasto nesta existência inútil,
Ela vê, como eu agora vejo,
Aquilo que tu és,
E sabe, como eu sei,
Que, um dia, também tu vais descobrir a dor,
A mágoa,
A tristeza,
A solidão
E o abandono,
E, então, vais compreender
Aquilo que eu te disse muitas vezes
Mas que tu não quiseste escutar:
Que também os filhos da noite têm sentimentos,
Também amam,
Também sofrem
E também morrem de dor.

...Mas tu não compreendes isso...
Pois não?

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